Por Danni
Eu acho que esse texto foi inspirado em diversas conversas e ações do meu cotidiano. Fui percebendo coisas, fazendo a reflexão, porém ainda sem conclusão. Deixando isso de lado e indo direto ao ponto, estava eu a me perguntar, sofremos uma ditadura das compras, da beleza, dos interesses e da falsa realidade? É uma pergunta e não uma insinuação. Eu explico.
“É Natal, vou comprar roupa nova, afinal aquele gato vai estar lá! Reveillon eu vou de chinelinho chique porque eu tenho que estar linda e simples ao mesmo, galera inteira vai comparecer! Praia? Praia é sinônimo de biquinho novo, mas eu quero um daqueles que valoriza o corpinho, falar nisso, vou entrar já num academia!” Muitas vezes nos pegamos dizendo uma coisa dessas. Será isso apenas um desejo de arrumar-se, de se cuidar, uma pequena vaidade ou uma obrigação inconsciente de parecer sempre feliz e perfeitamente adequada(o) para um mundo de pessoas que está cagando e andando pra você mas que mesmo assim você insiste em dar satisfação?
É bem verdade que somos influenciados pelas informações da mídia, como diria Danilo Gentili sobre a fumaça do cigarro, “ela entra pelos nossos ouvidos e olhos contra nossa vontade, é um estupro!” Mas eu acho (e essa é uma opinião pessoal) que o ser humano tem uma tendência a aceitar esse tipo de coisa, a gostar até, é da nossa natureza. E isso seria completamente inofensivo se não houvesse uma roda de interesses em torno de tudo isso. Interesse em parecer mais bem vestido, mais bonito, interesse de estar sempre na moda e com isso atrair mais pessoas, atenções, olhares, elogios, admirações. Além de outros interesses que nem cito aqui, conscientes e inconscientes.
Ter vaidade é normal, natural e até saudável (imagine se uma mulher deixasse de cortar o cabelo do suvaco por achar excesso de vaidade?). Porém, até que ponto estamos deixando de ser vaidosos para sermos insuportavelmente fúteis? [(digo insuportavelmente porque quando somos vaidosos inocentemente ainda somos fúteis, futilidade todo mundo tem o que muda é o grau de pessoa por pessoa) E a interrogação na verdade é depois desses parênteses e colchetes, mas acho estranho demais colocar aqui].
Ps1: Pensei em falar no capitalismo exacerbado, na mania consumista e na inversão de valores, mas todos vocês já conhecem esse discurso todo.