BBB 11... os heróis?

por Fernanda Paiva

Em pleno século XXI, ano de 2011, a sociedade brasileira continua alienada pela mídia que emburrece aqueles que são vítimas do mercado explorador de pessoas, o Big Brother Brasil, que já está em sua 11ª edição. Aliás, esse reality show deveria chamar-se Bando de Brasileiros Bestas! É, é isso mesmo! Se olharmos o significado da palavra desenvolvimento, encontraremos a seguinte definição: “1. Ato ou efeito de desenvolver (-se). 2. Crescimento, progresso.”, mas para onde caminha a mente de muitos brasileiros que se deixam alienar-se diante de um programa que não tem limites éticos, pudor? Os lucros advindos da “estimada” audiência do BBB constitui um dos maiores alcançados pela Rede Globo. De acordo com o jornalista Daniel Castro, antes mesmo da estréia do programa, ele já havia vendido todos os intervalos comerciais. Isso é assustador! A partir disso, pode-se concluir que o importante é o lucro, a qualidade do que é oferecido aos brasileiros fica em segundo plano, ou terceiro, ou ainda em quarto.

O sentido de vida dos “brothers”, que de “brother” não tem nada, encontra-se em cárcere privado, tendo em vista que “a casa mais vigiada do Brasil” “cria” pessoas para competirem da forma mais sórdida. E os telespectadores contribuem para a proliferação de vulgaridades exibidas pelo BBB. Fechado! Cada um no seu quadrado. Ops, e a Globo? Ah, a Globo fica rendendo alguns milhões.

Em suma, BBB, a cultura do século! Equivale então aos consagrados poemas de Augusto dos Anjos? Ou quem sabe de Fernando Pessoa? Não, não, talvez da obra de Camões intitulada “Os Lusíadas”, pois já diria Bial: “Salve, salve, nossos heróis...”